segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

LUAN ( AUTISTA) NA ESCOLA...5a PARTE

                 No começo do ano passado, Luan com 2 anos, entrou na escola por conselhos médicos e das terapeutas. As escolas que nos indicaram  ficava muito longe da nossa casa. Nós moramos na parte alta e as escolas ficavam na parte média e baixa da cidade. Então resolvemos tatear, perguntar mais e visitar escolas. Perto de casa para ir andando não encontramos. Então resolvemos procurar escolas que ficassem no percurso do meu trabalho, pois eu só trabalho pela manhã e deixaria ele na escola, iria trabalhar e na volta pegaria ele.. Não achamos muita resistência nas escolas, mesmo ele não tendo diagnóstico fechado, eu sempre deixava claro a real situação do Luan. Aprendi a dirigir quando estava grávida ( mas não sabia) e treinei bastante quando ele nasceu. Já pensando em quando ele entrasse na escolinha ( não sabia que ele era autista). E com certeza esse fator nos ajudou muito a organizar os horários dos nossos trabalhos, escola e terapias do Luan. Pois o Saulo trabalha na parte baixa da cidade e não ia dar tempo de subir para pegá-lo. 
                    Escolhemos uma escola acolhedora, com boas referências e principalmente com poucos alunos na sala, ( só tinha 6 alunos no começo do ano e terminou com 9) e que tivesse até o 2o grau porque se o Luan se desenvolver  ele continuará até o fim com seus coleguinhas da socialização, sem causar muita estranheza devido as estereotipias. Bem, não sei o que vai acontecer daqui para frente, se ele vai continuar na escola, se vai para outra, mas com toda a fé, tudo vai dar certo e esse ano vou renovar sua matrícula.
                  Todas as manhãs é uma loucura, vamos os três(eu, Saulo e Luan), todos os dias levá-lo na escola, de lá seguimos caminhos opostos para trabalhar. Quando eu largo, super cansada de enfrentar uma sala de aula, pego o Luan, vou para casa e cheguei muitas vezes a dar banho nele e almoço e eu saír de casa sem tomar banho e sem almoçar para dar tempo de chegar nas terapias e lá o Saulo estava nos esperando. Foram momentos super angustiantes porque o percurso é longo, ele não ficava quieto na cadeirinha, me puxava, deitava no chão do carro, subia na tampa da mala. Porque simplesmente não tinha ninguém para ir comigo, minha mãe trabalha o dia todo e minha irmã já tem os dois dela e trabalha muito também. Outras pessoas da família realmente tem muitas obrigações como emprego, filhos e marido. Mas  sinceramente algumas, ficam preocupadas demais falando em fazer o certo e não fazendo quase nada certo. 
                 Durante o ano eu sempre mandava para a professora textos sobre  o Autismo e as pessoas nesse espectro, pois eu como Pedagoga tenho consciência que a Universidade não nos prepara para esse tipo de situação. Finalizando, ele se adaptou muito bem e no final do ano quando eu ia buscá-lo ele já estava dando tchau as tias e em casa falava o nome "titia" para ir à escola, no primeiro tchau eu voltei chorando de alegria para casa. Pois cada pequena coisa que as pessoas no espectro autista faz aos olhos dos outros pode nem ter valor, mas  para os pais é uma alegria indescritível. Beijos a abraços para todos.


Obs: Mesmo se adaptando muito bem,acho que na escola faltou mais atividades direcionadas. Vou ver se esse ano consigo mudar esse quadro.            
         
KARLLA, MÃE de LU   

Nenhum comentário:

Postar um comentário