15 IDÉIAS DE ATIVIDADES PARA DESENVOLVER A LINGUAGEM
Os exemplos sugeridos abaixo para atividades interativas com o
objetivo de desenvolver a comunicação verbal são apenas breves descrições das
atividades. No Programa Son-Rise, os facilitadores procuram construir a
interação e ajudar a pessoa com autismo a ficar altamente motivada por uma ação
deste facilitador antes de solicitar algo dela. Por exemplo, o facilitador faz
cócegas várias vezes na criança sem pedir nada para ela. Apenas quando a
criança já está altamente motivada pelas cócegas e demonstra de alguma forma
querer mais, o facilitador solicita algo que é um desafio para ela, como falar
uma palavra isolada ou sentença, olhar nos olhos, fazer algum gesto ou
performance física específica, etc.
No momento em que a pessoa está altamente motivada por uma ação
do facilitador, ela tem a motivação como sua aliada para superar suas
dificuldades e desenvolver habilidades. Ela supera suas dificuldades enquanto
brinca! O prazer e a diversão na interação social levam a pessoa com autismo a
querer interagir cada vez mais com outras pessoas e, conseqüentemente, aprender
novas habilidades sociais. Investir na conexão amorosa e divertida com a pessoa
com autismo beneficia o relacionamento e o aprendizado social. Divirta-se com
as atividades!
1. Ofereça variações divertidas dentro de uma mesma motivação
(interesse) para permitir a repetição de uma mesma palavra.
Por exemplo: Torne-se uma “Máquina de Apertar”. Modele a palavra
“apertar” para a pessoa, pendure um papel com a palavra “apertar” na sua
camiseta, ofereça várias formas de apertar a pessoa (massagem) e, quando ela
estiver altamente motivada, peça para ela falar a palavra “apertar” para a
“Máquina de Apertar” funcionar. Utilizando o mesmo princípio, você pode criar
uma atividade onde você é a “Máquina de Comer” (que vai “comendo o pé ou mão”
da pessoa) e a palavra que a pessoa fala é “comer”. Você também pode ser a “Caixa
de Música”, e a pessoa fala a palavra “música” para você começar a tocar
instrumentos ou cantar.
2. Pratique sons específicos da articulação de fala em uma
canção.
Por exemplo: Se a pessoa gosta da canção “Seu Lobato Tinha um
Sítio”, adapte os versos para incluir sons de fala que a pessoa tem dificuldade
para articular. Você pode cantar “Era ‘t-t-t’ prá cá, era ‘t-t-t’ prá lá, ia ia
iou” se a pessoa tiver dificuldade em pronunciar o “T”. Você canta e convida a
pessoa para cantar com você.
3. Demonstre para a pessoa que quando ela diz a palavra inteira
de forma clara ela consegue mais o que quer do que quando diz aproximações da
palavra.
Por exemplo: Se a pessoa tende a omitir as consoantes iniciais
das palavras, prenda um papel com a letra “C” na sua mão direita e as letras
“ócega” na sua mão esquerda. Se a pessoa disser “ócega”, faça cócegas nela com
a mão esquerda. Quando ela disser a palavra toda, ofereça cócegas com suas duas
mãos. Você pode criar o mesmo tipo de atividade com palavras como “massagem”,
“carinho”, etc.
4. Seja o médico de língua! Concentre o foco nos movimentos da
língua para auxiliar uma articulação de sons mais clara.
Por exemplo: Providencie um conjunto de fantoches e bonecos de
pelúcia que abrem a boca. Você poderia até colar línguas de papel ou tecido em
cada boca. Cada boneco tem uma dificuldade específica no movimento da língua.
Peça para a pessoa com autismo para ajudar você a examinar a boca de cada
boneco com um daqueles palitos (ou com a própria mão). Prescreva vários
movimentos de língua para cada boneco. Depois de examinar todos os bonecos,
faça com que um dos bonecos examine a pessoa com autismo e prescreva para ela
um exercício específico de língua. Se a pessoa quiser, ela pode examinar você
também!
5. Combine várias das motivações da pessoa para que a atividade
seja ainda mais atraente.
Por exemplo: Faça um cartaz com a palavra “Música” e outro com a
palavra “Correr” ou “Pegar”. Modele a brincadeira jogando uma almofada em um
cartaz. Jogue na palavra “Música” e comece a tocar um instrumento ou cantar.
Jogue na palavra “Pegar” e saia correndo em direção à pessoa para um
“pega-pega”. Quando a pessoa estiver altamente motivada por “música” ou
“pegar”, peça para ela dizer a palavra correspondente à ação que deseja.
6. A pessoa dá as instruções para você achá-la no quarto e ganha
o prêmio de “Melhor Instrutor”.
Por exemplo: Entre no quarto com um grande chapéu na cabeça e
anuncie que a pessoa acaba de ganhar um prêmio muito especial. Quando você
estiver prestes a entregar o prêmio para ela, faça com que o seu chapéu cubra
os seus olhos e estimule a pessoa a ajudar você a chegar até ela sem conseguir
enxergar. No início, ela pode utilizar comandos simples como “para frente” e
“para trás”. Depois de um tempo, você pode se colocar atrás de obstáculos para
encorajá-la a dizer “Passe por cima do banco”, ou “Pule sobre a almofada”.
7. Crie sentenças ao oferecer variações em cima de uma mesma
motivação, demonstrando para a pessoa que ela consegue exatamente o que quer
quando utiliza sentenças mais longas.
Por exemplo: Crie um cartaz com a silhueta de um corpo. Nomeie
cada parte do corpo com um cartão removível. Na parte de cima do cartaz,
escreva “Colorir ______”. Peça para a pessoa pegar o cartão que corresponde à
parte do corpo que ela quer que seja colorida e que o coloque no espaço para
completar a sentença. Quando ela estiver altamente motivada, estimule a pessoa
a dizer a sentença completa. Se ela disser apenas “colorir”, responda colorindo
algo fora do corpo. Se ela disser apenas “perna”, responda balançando a sua
própria perna. A idéia é incentivar a pessoa a dizer “colorir perna” ou
“colorir a perna” para você “entender” e colorir a perna no corpo do cartaz.
8. Escreva uma sentença em uma cartolina e a cole com fita crepe
no chão. Peça para a pessoa pisar em cima e dizer cada palavra da sentença para
ganhar a ação motivadora ainda mais rápido.
Por exemplo: A sentença pode ser “Eu quero uma canção”. Quando a
pessoa terminar de falar a sentença, imediatamente comece a cantar a canção
favorita da pessoa. Quando você terminar aquela canção, peça para a pessoa
falar a sentença de novo e, quando ela completar a sentença, cante uma outra
canção.
9. Construa sentenças com blocos que caem no chão.
Por exemplo: Providencie blocos bem grandes (como tijolos de
papel ou espuma, ou até caixas de sapato). Cole em cada bloco uma palavra da
sentença “Eu quero que os blocos caiam”. Comece a construir uma torre com o
bloco que tem a palavra “Eu” no chão. Continue a construir a torre e a sentença
assim por diante. Quando a pessoa disser a sentença completa, faça com que a
torre desabe de forma divertida.
10. Pegue palavras para combiná-las em uma sentença e então
dramatizar a ação de cada sentença.
Por exemplo: Monte um trilho de trem em volta do quarto e a cada
estação ofereça para a pessoa um série de opções de cartões com uma palavra em
cada um. Peça para a pessoa escolher uma das palavras e colocar o cartão como
carga no trem. Quando o trem chegar ao fim da linha e tiver algumas palavras
nele, ajude a pessoa a combinar as palavras e criar uma sentença para falar.
Depois de criada a sentença, você dramatiza a cena correspondente. Por exemplo,
a sentença é “O macaco pula na floresta” e você pula pelo quarto dançando e
cantando como um macaco.
11. Invente uma canção sobre um tópico que é do interesse da
pessoa e peça para ela completar com palavras ou sentenças de forma a estimular
sua comunicação verbal espontânea.
Por exemplo: Invente uma canção sobre a Barbie viajando pelo
mundo. Você pode utilizar a melodia de uma canção conhecida e modificar a
letra. Quando a pessoa estiver altamente motivada, experimente deixar “espaços”
em silêncio para ver se ela completa com alguma palavra espontânea.
12. Invente uma história engraçada e até sem sentido para
estimular a fala espontânea.
Por exemplo: Faça uma pilha de cartões com uma palavra em cada
um, palavras relacionadas aos interesses da pessoa. Inclua cartões que
contenham apenas um ponto de interrogação. Escreva então uma história com a
pessoa em uma cartolina. Escreva meia sentença e faça uma pausa. Pegue um
cartão e use a palavra para completar a sentença. Se você pegar um ponto de
interrogação, você ou a pessoa podem inventar qualquer palavra para escrever
naquele ponto da história. Quanto mais engraçada e sem sentido a história
melhor!
13. Estimule sentenças mais completas e espontâneas encorajando
a pessoa a inventar histórias engraçadas.
Por exemplo: Faça duas pilhas de cartões. Uma pilha contém figuras
de pessoas fazendo diferentes ações. A outra pilha contém figuras de diversos
objetos. Comece pegando um cartão de cada pilha e crie uma sentença que associe
uma palavra com a outra. Por exemplo, você pega um cartão de um homem cortando
a grama e outro de uma escova de cabelo. Você poderia então dizer “O Beto
esqueceu que ele tinha uma máquina de cortar grama e usou a escova de cabelo
para cortar a grama do jardim”. Convide a pessoa para fazer uma sentença na vez
dela.
14. A pessoa com autismo é o entrevistador de um programa de
rádio! Encoraje a conversação através da dramatização de vários personagens.
Por exemplo: Traga um gravador para o quarto e represente os
diversos personagens que serão entrevistados pela pessoa. Você pode representar
o elenco de um filme ou livro favorito. Estimule a pessoa a entrevistá-lo por 3
minutos. Se ela mudar o assunto, pare de gravar e a estimule a voltar para o
assunto da entrevista.
15. Jogue “Boliche de Conversa” para praticar a habilidade de
alternar a vez de falar sobre um assunto.
Por exemplo: No fundo de cada
pino de boliche está escrito um tópico para conversa (ex: férias, o mar, seu
melhor amigo, etc.). A cada vez que você derrubar os pinos, escolha um deles e
fale sobre o respectivo tema por 1 minuto. Você pode utilizar um cronômetro
durante a atividade.
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