sábado, 15 de fevereiro de 2014

ESTRATÉGIAS QUE PODEM SER USADAS PARA AUXILIAR A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA.

Algumas atitudes e estratégias simples que adotamos no nosso dia a dia, podem auxiliar no processo de inclusão de alunos com transtornos do espectro autista no ensino regular. Entre estas podemos citar as seguintes:
- fale o mínimo possível, quando esta iniciando uma atividade nova ou quando ele está concentrado, pois as pessoas falando sem parar estressam muito o autista;
- use gestos, sinais, figuras e objetos para facilitar o entendimento daquilo que está sendo solicitado ou exposto;
- mantenha um quadro de rotina sempre a vista do aluno, ou na sua classe, para que ele tenha a previsibilidade do que vai ocorrer durante o período escolar;
- planeje as suas atividades com base em uma avaliação diagnóstica e não com base na relação de conteúdos previstos para a sua série ou ciclo;
- a avaliação diagnóstica deve ser feita no início do processo de ensino e aprendizagem para que possamos obter informações sobre os seus conhecimentos, capacidades de comunicação, aptidões, habilidades e competências. Com base nestas informações, podemos escolher as melhores estratégias de ensino e organizar o processo de acordo com os esquemas da criança;
- aposte em gestos manuais, para crianças não verbais, como forma de estabelecer um canal de comunicação. Além de ajudarem no entendimento do que esta sendo solicitado, trabalhando a linguagem compreensiva, ela permite que você estabeleça uma interação com o aluno aumentando o engajamento;
- incentive a imitação. Muitas condutas adaptativas aprendidas iniciam com a imitação e, com a prática, acabam interiorizadas ajudando o aluno a dar respostas adequadas que o momento exige;
- incentive, inicialmente, o movimento coativo, pois o movimento mão sobre mão amplia a comunicação e o engajamento. O contato corporal aumenta o vínculo entre professor e o aluno. Mas tenha claro que tipo de contato físico o seu aluno gosta e aceita;
- muitas vezes, para chamar a sua atenção, tocar em seu rosto, nas costas ou atrás da nuca tem efeito maior que as palavras, pois estas zonas são proprioceptivas;
- crie um ambiente nutritivo, ou seja, que apresente estímulo constante, mas na dose certa. Não coloque excesso de cartazes na sala de aula, pois pode perturbar o aluno;
- inicialmente, se preocupe com intervenções e atividades mais centradas nos alunos para depois explorar atividades em grupo;
- lembre-se que o desenhar e o brincar são estágios importantes. Não adianta pensarmos em leitura e escrita se não passarmos por outros estágios e habilidades anteriores. Então, não é perda de tempo se ficarmos mais tempo em atividades de coordenação, classificação, seriação pareamento e artísticas;
-tenha em mente que um grande número de alunos com síndrome de asperger se comunicam melhor, mas são ansiosos, tem dificuldades com transições e mudanças e com a quebra de rotina. Desenhos e gravuras antecipam o que vai acontecer e, se você mudar uma rotina, avise com antecedência;
- alunos autistas têm dificuldades em generalizar, ou seja, de transferir o conhecimento de um cenário para outro. Sempre retome o que deve ser feito;
- forçar o contato visual pode quebrar a concentração de alunos com transtornos do espectro autista. Eles podem ouvir e perceber melhor se não forem forçados a olhar nos olhos das outras pessoas;
- lembre-se que a defensibilidade sensorial no autista é comum. Esta é um subconjunto da disfunção de integração sensorial, mas pode estar presente em outros transtornos. A sobrecarga sensorial leva o aluno a um colapso, ou seja, eles evitam ou reagem contra aquilo que causa desconforto. Cuide para que a sala de aula não tenha uma sobrecarga de estímulos sensoriais e procure atividades e objetos calmantes, que a criança goste, para ajudá-lo a equlibrar-se quando necessário;
- tenha em mente que muitos autistas têm intolerância a sons agudos, sons da mastigação, a luzes fluorescentes, podem não gostar de toques súbitos, evitam alguns tipos de tecido em contato com a pele, enjoam cheiros, alimentos, texturas e temperaturas. O professor e a escola têm que conhecer este aluno para evitar fatores como estes que podem desequilibrar os alunos;
- crianças com transtornos do espectro autista são sobrecarregadas quando expostos a um monte de estímulos sensoriais ao mesmo tempo. Como eles não processam adequadamente estes estímulos, entram em um processo de luta e fuga. Não é falta de vontade de estar com o outro, e sim, a sobrecarga sensorial. Tenha cuidado com festas e apresentações. Não deixe o aluno em uma fila esperando a sua vez de jogar e/ou se apresentar. Se for sair para um passeio, fora da escola, faça ele chegar cinco ou dez minutos antes de sair, pois eles não agüentam esperar meia hora para o início da atividade;
- tenha um ambiente simples e adequado;
- trabalhe muito com a motricidade e a psicomotricidade. É comum alunos com transtornos do espectro autista ter problemas de coordenação motora, problemas espaciais e temporais e dificuldades em cruzar a linha média (significa que uma mão espontaneamente se move sobre o outro lado do corpo para trabalhar). Desta forma, quando se alfabetizam, se tem problemas nesta área, acaba escrevendo só de um lado do papel e tem problemas de organização no espaço.
fonte: atividadesparaeducacãoespecial.com

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