A prática
esportiva e as atividades motoras se apresentam como forma de estimular o
desenvolvimento e a socialização de crianças e adolescentes autistas.
Numa academia do
Rio de Janeiro, crianças se divertem durante a sessão de ginástica artística do
Profissional de Educação Física Rodrigo Brívio (CREF 017431- G/RJ). Esses
meninos e meninas, com idades entre três e 15 anos, desviam de cones colocados
em cima da trave, saltam em bambolês dispostos no tatame, pulam e cantam na
cama elástica. Crianças muito diferentes entre si, mas com um diagnóstico em
comum: o autismo.
Em Alagoas,
atividades motoras para autistas
Subindo um pouco no
mapa do Brasil, mais especificamente indo para a Universidade Federal de
Alagoas, conhecemos outro projeto que usa a Educação Física para desenvolver as
potencialidades de crianças e adolescentes autistas e, de quebra, contribuir na
formação de profissionais de Educação Física aptos a lidar com indivíduos com
autismo. A prof. Chrystiane Toscano (CREF 000444-G/SE) coordena o Projeto de
Extensão em Atividades Motoras dirigidas a Crianças e Adolescentes com Autismo
(Premaut) que, com apenas dois anos, já realizou um Seminário sobre o tema em
abril deste ano. O auditório lotado e a grande participação de profissionais de
Educação Física e de Pedagogia mostram que há um grande interesse em saber como
trabalhar com esse público.
Na interação com as
crianças e adolescentes autistas, a equipe do Premaut tem observado que é preciso
fazer ajustes de metodologia para auxiliá-los na aprendizagem motora. “A
fórmula ‘desenvolvimento normal em ritmo desacelerado’ não se aplica à pessoa
com autismo. Em nosso projeto temos encontrado, a partir da utilização de
instrumentos de avaliação de desenvolvimento motor, que as pessoas com autismo
modificam seus padrões motores em diferentes velocidades”, relata.
Observação e
persistência
Para atender não só a autistas, mas a qualquer público com necessidades específicas, todos sabemos que o Profissional de Educação Física tem que se informar a fundo sobre seus sintomas e suas limitações. No caso do autismo, os portadores do transtorno podem apresentar afetação qualitativa nas suas relações sociais, alterações da comunicação e da linguagem, falta de flexibilidade mental e comportamental.